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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Desinfecção de escovas dentais: prevenção de muitas doenças


A escova dental é essencial para remoção mecânica da placa bacteriana, contudo, muitos estu­dos comprovam que a escova pode ser contaminada após o seu uso, devido ao contato com a cavidade oral, principalmen­te com o biofilme, mucosas, saliva e/ou sangue.
A microbiota natural, boca quando em equilíbrio, não trás qualquer perigo ou risco de doença, porém, quando estes micro-organismos estão presentes na escova dental, podem se proliferar, tornando-se uma fonte para autoinfecções e in­fecções cruzadas pelo contato com outras escovas. Estas in­fecções podem se restringir a cavidade oral, provocando a cá­rie e as doenças gengivais ou ainda doenças sistêmicas mais graves.

É fundamental a padronização de um procedimento de de­sinfecções de escovas dentais e inserção desse método no dia-a-dia das pessoas para auxiliar na prevenção de inú­meras doenças orais e sistêmicas. A desinfecção da escova deve ser realizada pelo borrifamento do desinfetante a base de clorexidina entre 0,12% a 0,2% e utilização do protetor de cabeça acrílico entre as escovações.

As escovas dentais normalmente são embaladas e comercia­lizadas após um processo de esterilização por radiação gama, que é capaz de eliminar os micro-organismos de sua superfície, porém, após uma única utilização, as escovas se tornam con­taminadas por bactérias, vírus e/ou fungos que podem estar presentes tanto na cavidade oral quanto no meio ambiente.

Estes micro-organismos podem permanecer viáveis na super­fície da escova por um período que varia entre um e sete dias, contribuindo para a autocontaminação e/ou contaminação cru­zada, ou seja, a contaminação entre indivíduos através do com­partilhamento das escovas, ou mesmo por meio do contato entre as escovas, principalmente pelo contato entre as cerdas de diferentes escovas que dividem um mesmo local de armaze­namento. Comprovadamente, os micro-organismos presentes na boca estão associados às principais doenças orais, ou seja, causam cárie, gengivite e periodontite.

No último congresso realizado pela FDI (Fédération Dentaire In­ternationale / World Dental Federation, Salvador / Brasil, 2010) o tema principal foi justamente a discussão dos motivos pelos quais as doenças orais (especialmente da cárie dental) ainda permanecem, nos dias de hoje, como uma verdadeira epidemia, incidindo em cerca de 88% da população mundial, ou seja, cer­ca de 5 bilhões de pessoas estão acometidas com esta doença crônica, considerada a patologia mais comum do planeta Terra.

É fato que a microbiota da boca presente no biofilme oral que se deposita sobre os dentes, mucosas, gengivas e língua possui diversos micro-organismos potencialmente patógenos. Porém, não se pode esquecer que esta microbiota também desempe­nha um papel importante na manutenção da saúde da boca e do organismo como um todo, desde que não ocorram perturbações na homeostase corpórea no ecossistema desta microbiota.

Estes micro-organismos precisam apenas ser controlados para que não provoquem, além da cárie e as doenças gengivais, ou­tras doenças sistêmicas, como cardiopatias, acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes.

Com certeza a prevenção das doenças orais com a utilização de escovas eficazes e atraumáticas, escovas interdentais, fio den­tal e higienizadores de língua continua sendo a melhor forma de evitar das doenças orais.

Entretanto, a desinfecção das escovas utilizadas para a higie­nização oral poderia desempenhar um papel coadjuvante mui­to importante na prevenção destas e de outras doenças que poderiam ser transmitidas por meio dos micro-organismos presentes na boca, principalmente no biofilme oral, secreções, sangue e saliva. Recentemente a humanidade passou por uma epidemia com a chamada gripe “suína” ou influenza, transmi­tida pelo vírus H1N1.

Uma das medidas adotadas para prevenir a transmissão da doença foi justamente a desinfecção rotineira das mãos com um gel alcoólico desinfetante. Não existe nenhuma justificativa para não tornar a desinfecção das escovas dentais um procedi­mento rotineiro e habitual que, seguramente, poderia auxiliar na prevenção de muitas doenças infecciosas.

Porém, infelizmente, o hábito desta desinfecção ainda não se tornou parte das condutas regulares e indicada de uma forma massiva pelos profissionais da área odontológica à população.

 

Protocolo de desinfecção da escova dental

A escovação dental é o meio mecânico individual de mais am­pla utilização para o controle do biofilme oral. A desorganiza­ção da chamada placa bacteriana através das cerdas das esco­vas é fundamental, e é a forma mais simples para a prevenção das doenças orais, pois a placa desorganizada e oxidada não é capaz de provocar qualquer malefício.

Porém, após a escovação, as cerdas das escovas se tornam contaminadas sendo importante a realização da desinfecção antes da próxima escovação, justamente para evitar a autoin­fecção e/ou a infecção cruzada. Uma sequência de escovação é apresentada a seguir:

1. Antes de iniciar a higiene oral, as mãos e unhas devem ser muito bem lavadas e esfregadas com água e sabão.

2. Também um bochecho com água para eliminar resíduos de alimentos deve ser realizado, pois isso diminui a chance da co­mida ficar presa entre as cerdas e sofrer uma decomposição posterior. Se houver restos de alimento presos entre os dentes, também devem ser removidos antes da escovação com o auxí­lio do fio dental e de escovas interdentais do tipo Prime que se adaptam perfeitamente aos espaços interproximais.

3. Após o término da escovação, preferencialmente com uma escova com mais de 5 mil cerdas e de acordo com a técnica recomendada, todas as superfícies da escova devem ser lava­das com água corrente.

4. Segue-se o procedimento pela remoção do excesso de água com uma pequena batida da escova sobre a palma da mão ou sobre a borda limpa da pia do banheiro.

5. Faz-se então a aplicação do desinfetante através do borrifa­mento do antisséptico oral a base de clorexidina entre 0,12% a 0,2% especialmente na parte das cerdas.

6. Coloca-se o protetor de cabeça que deve ter a sua parte interna também embebida pela solução antisséptica.

7. Em seguida, a escova pode ser guardada dentro do armá­rio fechado do banheiro. O antisséptico ficará agindo duran­te todo o intervalo entre as escovações, promovendo assim, uma desinfecção eficiente.

8. Um ponto fundamental é: antes da próxima escovação, a escova deve ser novamente muito bem lavada e enxaguada em água corrente – da mesma forma descrita inicialmente – para a remoção dos resíduos do produto utilizado e também para a remoção dos micro-organismos eliminados.

Fonte: Odonto Magazine / Odonto Cases

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