
Normalmente, quando se concentram na boca, as aftas não costumam estar ligadas a distúrbios sérios. Mas, se aparecem em órgãos do sistema digestivo, como esôfago, estômago e intestino, podem ser sinais de doenças inflamatórias autoimunes.
No caso de as aftas aparecem com muita frequência ao longo dos anos sem causa definida, a pessoa pode ter o que se chama estomatite aftosa ou doença aftosa recorrente. "Uma boa parte das pessoas começa a manifestar o problema ainda na infância, e isso vai se amenizando com a idade", explica a especialista. O distúrbio é mais comum em mulheres de origem europeia, não fumantes e em condição sócio-econômica mais elevada.
Segundo Marta, há influência genética no aparecimento da estomatite aftosa. "Aproximadamente 40% das pessoas com a doença contam que há mais casos na família. Há também mulheres que a associam aos hormônios femininos e relatam melhora durante a gravidez", diz. A frequencia e a gravidade dessas aftas podem ser afetadas pelo fumo e por alimentos aos quais cada pessoa é sensível. Os que levam a mais reclamações são chocolate, amendoim, morango, queijo, café, tomate e conservantes.
O tratamento para as aftas pode ser feito com bochechos de um copo de água morna com meia colher de chá de sal ou com soluções antisépticas (clorexidina, povidina, água oxigenada). A médica recomenda também a aplicação de corticosteroides e anestésicos locais, como triancinolona e lidocaína. Ela ressalta que, não havendo alívio dos sintomas, é importante buscar ajuda de um especialista para encontrar o agente causador e a forma de cura mais adequada.
A forma de resolver a questão pode mudar de acordo com a causa. Quando o motivo pelo qual as úlceras surgem é mastigação e escovação erradas, hábito de roer unhas ou bulimia nervosa, o dentista é quem vai cuidar do assunto. Se a razão for o uso de algum medicamento, um médico deve ser o responsável por escolher um método para diminuir ou exterminar o problema.
Quando a situação se agrava, pode ser porque a imunidade da pessoa está abalada. "As aftas podem complicar com infecções por bactérias e necrose, principalmente em quem fuma. Por isso, é preciso uma avaliação cuidadosa no sentido de se afastar a possibilidade de se tratar, na verdade, de tumor maligno da boca", alerta Marta.
Fonte: Guia Odonto/UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário